segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Aos oito anos, talvez sete, transitava por ruas tão bonitas. Noite fresca, luz quente. Árvores floridas nos quintais. Varandas espaçosas em prédios familiares. Silêncio quebrado apenas pela voz da mãe, que contava sobre alguma história da infância. Era esse momento toda a morada de que precisava.

Tinham que retornar ao lugar hostil onde habitavam. Ele estaria transtornado por não saber onde estiveram. Talvez iniciasse novamente os gritos. Ela seria de novo imprensada feito rato contra a parede para o abate. Puxaria uma faca. O sangue escorreria do braço dele. Nada a ser feito senão gritar e correr.


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