segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Entreferida

Vinha a fresta.

Lucidez depois de tanto esforço de remendo.

A carne ainda ardia, vermelho sangue. 

Precisava caminhar, sentir o vento no rosto, soprar com afago as feridas da alma. Um somatório delas. 

Não era só o corte de um amor bonito que iniciava brotação, ansiava por florir. Doía saber com a alma que no fundo estava só. Saber de repente, muito . Era o afastar-se de todo o amor que deveria ser casa a condição para se manter viva.

Por tantos anos havia apenas sobrevivido. Indigna de estar no mundo. 

Ansiava por casa. Não era sobre ser rejeitada mais uma vez. Era sobre não ter morada, não ser morada.

Habitar o entrecaminho dos destinos nenhuns.

Nenhum comentário: