sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A Tentação

Diante do crucifixo
Eu paro pálido tremendo
“Já que és o Verdadeiro Filho de Deus
Desprega a humanidade desta cruz”.

Murilo Mendes

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Mataram-me a ternura. Trucidaram meu querer bem. Negaram-me a confiança.
Se não crio asas, a queda livre é a promessa a meus pés descalços.

Algo sobre queda e luta

Faces of Models Transformed Into 2D Images with Face Paint face painting

Há pessoas que nos fazem bem,
mesmo no escuro absoluto
ainda que sinta tocar as bordas do abismo.
Não havendo sentido nos gestos e palavras
todo os clichês, ausência de poiesis,
ainda assim há aquelas pessoas responsáveis por dizer que o grande ciclo continua e que dele fazemos parte.

É assim, passe de mágicas, sede de mudanças.
Ouvir, pensar, flanar, escrever... vazio de linhas
Sem tir...

Talvez seja a ausência de movimento, de dentro, latência, potência.
Nem o preto e branco rotineiro.
Sobra-me o triste cinza em uma promessa de vermelho sangue.
"Amanhã será maior!"




domingo, 13 de outubro de 2013

Desassossego

Vida sem poréns, sem chão.
Em algum momento o enjoo tomou todos os motivos para si.
Cabeça dói, o desapego corrói. E a vista não suporta mais a luz do pc.

La vie n'est pas belle. E eu não sou mais a devoradora de saberes.
Tentativas vãs de ressuscitar o corpo, sentir profundo a luz do sol.
E a cabeça que dói, o enjoo.

Lindo mundo para fora de mim. Só desventura raivosa. Sem vontade, cruel desexistir.
De mãos minhas nada mais brota.
Ouve-se cega e doente nota sussurrada na escuridão.

Crer em uma força que destrua domingos vazios, semanas de estafa, ônibus dementes, a miséria dos passantes, escolas falidas.
Que bom seria se ainda houvesse tempo... mas a dor corrói, mata.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Felicidade em um arroz com lentilha, sorrisos com o sol aparecido, comecemos a experimentação...

segunda-feira, 25 de março de 2013

Eis o mistério que nos ronda. A cada passo dado a doçura do disdizer.
Vida, largos andares a caminhos de não chegar. Incerteza que aponta apenas o fim, o barro encima da face.
São tantas as coisas belas - com finalidade apenas de serem belas - , prazer sem par das retinas, dos ouvidos, do toque.
Pasmem todos, segue-se a vida em seu farfalhar misturando o belo e o grotesco, transformando novo em velho e em novo novamente.
Caminhos seguem-se e levam-nos a unicidade da experimentação. Não é exato, mas é sentido. E sentido é único, uníssono. Talvez jaza aí todo o mistério.
Não importa se há sentido, importante mesmo é experimentar a vida.


Vincent Van Gogh - Campo de Papoulas

sexta-feira, 22 de março de 2013


Angústia que consome, queima... faz tudo se inquietar, grito abissal, fantasmagórico... pavor do vazio, da alma ao relento.
Vozes enlouquecedoras a ventar redemoinhos. Lá se vai toda a sanidade... voa para bem longe... talvez veja-me seguir pela estrada de tijolos amarelos  ou entrar pelo buraco do coelho.
Sem sentido algum, a única verdade que ronda a vida.
Podemos tentar ser, criar, amar, mas senso, isso não é com a vida. No final tudo é apenas disnexo, flutuar dentre as possibilidades do infinito que passou por seu ser.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


Perco a ternura das nuvens, leves, em seu fazer de conta além dos tempos;
Estão crepusculares, em seu mistério multicolor, coral, rosa, vermelho, roxo... mata-se o dia e surge a dama de preto.
Linda moça indecifrável, com suas vestes aladas de estrelas cadentes.


Como é estar sozinha? perder a tal da terceira perna?
quero poder ser, plena e em metamorfose